
Indianismo
Na literatura brasileira, indianismo é o termo que faz referência à idealização do indígena, por vezes retratado como um mítico herói nacional.

O indianismo é um dos movimentos literários brasileiros, e que contribuiu para o enriquecimento de nossa produção literária. Iremos destacar as características do indianismo no Brasil, além de alguns dos autores mais famosos do movimento, e algumas das histórias que marcaram esse momento da história literária.
O que é indianismo?
Romance indianista, gênero literário brasileiro do século XIX que idealiza a vida simples do índio sul-americano. O tom do romance indianista é de nostalgia lânguida e saudade, uma melancolia sombria e reverência pela natureza. O índio apareceu como personagem de ficção na literatura brasileira a partir do final do século XVIII. Não foi até o século seguinte, no entanto, que José de Alencar iniciou a moda do romance indianista brasileiro, contribuindo com duas das obras mais populares do gênero, O Guarani (1857) e Iracema (1865), contos românticos de amor entre Índios e brancos e do conflito entre os índios e seus conquistadores portugueses.
Em resumo, o indianismo é um movimento literário e artístico brasileiro que atingiu seu auge durante as primeiras etapas do romantismo, embora estivesse presente na literatura brasileira desde o período barroco. Nos contextos românticos, é denominada "a primeira geração do romantismo brasileiro", sendo seguida pelo "ultra-romantismo" e pelo "condorismo".
Contexto histórico da prosa indianista
Após a independência do Brasil de Portugal em 1822, uma forte onda de nacionalismo se espalhou pelo povo brasileiro. Inspirados por isso, poetas e escritores começaram a procurar uma entidade que pudesse representar e personificar a recém criada nação brasileira.
Como não havia idade média no Brasil, não poderia ser o cavaleiro, como nos romances cavalheiros europeus; também não poderia ser o português, já que os brasileiros ainda se ressentiam pelos anos de colonização; também não podia ser o negro, pois a mentalidade da época não o permitia. Influenciados pelos ideais iluministas, especialmente obras de Jean-Jacques Rousseau e o mito do "selvagem nobre", os autores escolheram o índio brasileiro para representar a nova nação.

Principais características do romance indianista
As obras indianistas caracterizam-se por ter sempre um índio como protagonista. A poesia é muito patriótica e nacionalista, exaltando a fauna, flora, riquezas e pessoas brasileiras.
O índio é mostrado como um personagem idealizado, como um símbolo de pureza e inocência, um homem que não foi corrompido pela sociedade. Como analogia no romantismo, o índio seria o cavaleiro europeu puro, preenchido pela ética e força.
Em muitos romances indianistas, há uma crítica à sociedade urbana da época, principalmente no Rio de Janeiro. Há uma predominância de personagens da alta sociedade e, principalmente, da figura feminina. Pobre e escravos, em um geral, não tem papéis relevantes no enredo da história.
Principais autores do indianismo
Os principais autores do movimento indianista percorrem várias eras e movimentos literários. São eles:
Barroco: José de Anchieta
Neoclassicismo: Basílio da Gama, em sua obra O Uruguai; e Santa Rita Durão, em sua obra Caramuru
Romantismo: José de Alencar em seus romances O Guarani, Iracema e Ubirajara; Gonçalves Dias, no poema narrativo I-Juca-Pirama, Os Timbiras e livros de poesia Primeiros Cantos, Segundos Cantos e Últimos Cantos; e Gonçalves de Magalhães: poema épico A Confederação dos Tamoios (1811-1882)
Fonte: Provas Discursivas.